Sabia que o percurso era já por si difícil uma vez que o ano passado fui fazer um treino naquela zona, mas nunca pensei que sentisse tantas sensações distintas durante esta prova.
Mas vamos por partes. No início logo após a partir tive de impôr um ritmo forte para não ficar "preso" entre muitos atletas na zona inicial de descida. O meu medo era que com muita gente ao pé de mim pudesse haver algum toque involuntário e houvesse uma queda. Com isto em mente lá fui eu o mais rápido possível a fazer a descida para chegar às partes planas e a subir dos trilhos. Pensando eu que até estava a descer relativamente bem, qual não é o meu espanto quando vejo atletas que passam como que a voar sobre as pedras. O mais pequeno deslize e acabava ali a corrida para eles. Claramente que a minha falta de experiência e treino neste tipo de terreno também se nota mas até acho que nessa parte nem me saí muito mal.
O pior veio depois com o início da subida e com os constantes saltos entre zonas com buracos e/ou pedras. Não foi preciso muito para as minhas perdas começarem a arder como há muito não as sentia. Parecia que estava a fazer um treino de força. Perto do final da primeira subida tive de passar a andar pois nem sentia as pernas e comecei seriamente a pensar em desistir. Mesmo na zona de descida que se seguiu não me senti nada bem e sabia que ainda faltava muito para subir.
Com pouca distância para tentar recuperar algumas forças aparece a segunda subida e aí é que foi o cabo dos trabalhos. Fui-me completamente abaixo e tive de tornar a caminhar em passo rápido. Verdade seja dita que não fui o único. A meio da subida ouvi o meu colega de treino JJ a avisar que vinha aí e tentei recomeçar para apanhar a boleia. Foi o melhor que me aconteceu, pois a partir daí fomos os 2 sempre a alternar quem ia a puxar por quem.
Na descida seguinte senti-me novamente bem e tentei apertar novamente o ritmo conseguindo fazer a aproximação a alguns atletas que entretanto tinham passado. Daí até ao final foi uma tentativa de recuperar o tempo perdido nas paragens, à qual se juntou mais uma, de alguns segundos, na última subida a sério do dia. No último km ainda consegui apanhar 3 atletas.
No final o percurso de 10.44 km foi feito em 48:55 minutos, num ritmo que parece de treino mas que de treino teve muito pouco.
Na classificação acabei em 9º lugar no escalão de Elites, o que neste estreita não considero nada mau. Fica é a dúvida se para o ano venho novamente sofrer para aqui.
Uma palavra para a organização da prova que tinha muita gente espalhada pelo percurso o não é muito comum de ver nestas provas populares. E um obrigado ao Jorge Branco pela foto acima colocada.
Até à próxima e boas corridas!
Parabéns fez uma excelente prova! O trail é assim primeiro, estranha-se e depois entranhasse! Nada tem a ver com o correr em estrada!
ResponderEliminarEspero que para o ano venha novamente participar na Corrida do Guincho até para conhecer o percurso original da prova pois este foi um recurso de emergência devido as forças policias terem dito na véspera que não podiam assegurar o controlo da prova o que levou a organização a ter criar um novo percurso onde não se passa-se, ou cruza-se, estradas asfaltadas.
Pese embora o percurso alternativo até tenha a sua “graça” é muito diferente do formato original da prova, que é muito mais variado e permite aos atletas da frente imporem logo um ritmo que evita serem vítimas de “engarrafamentos” pois o primeiro quilómetro é em asfalto.
A foto foi efectuado meu pelo tio Egas Branco, um dos pioneiros da corrida de trail/montanha em Portugal e que participou na caminhada.
Um abraço.